Cristiano publica depoimento sobre sua infância: "Me sentia o menino querido da família"
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Cristiano começa o texto descrevendo uma de suas lembranças mais marcantes: quando jogava futebol nas ruas da Ilha da Madeira com os outros meninos. Recorda também que seu pai, morto quando tinha 18 anos, era o maior incentivador de sua carreira, enquanto sua mãe e irmãs, àquela época, não se preocupavam muito com futebol.
"Eu continuava olhando para a arquibancada antes de cada jogo e via meu pai de pé, sozinho. Até que, um dia - jamais esquecerei esta imagem -, enquanto fazia o aquecimento, voltei a olha como sempre e estavam minha mãe e minhas irmãs, sentadas. Parecia que estavam confortáveis. Estavam abraçadas e não aplaudiam nem gritavam; somente me saudavam, como se aquilo fosse um desfile ou algo assim. Percebia-se que nunca haviam estado em uma partida de futebol. Mas estavam ali. E era a única coisa que me importava."
Nesse dia, Cristiano relata que se sentiu muito bem consigo mesmo, sendo amparado e protegido pelos parentes, como se fosse o "menino querido da família".
Ele relembra, também, como foi dura a mudança da Ilha da Madeira para Lisboa, com apenas 11 anos, para jogar pelo Sporting. "Chorei quase todos os dias. Continuava em Portugal, mas foi como se eu me mudasse para outro país. Até mesmo o sotaque fazia parecer que era um idioma diferente. A cultura era diferente. Não conhecia ninguém. Minha família só podia me ver a cada quatro meses, mais ou menos. Sentia tanta falta deles que todos os dias eram dolorosos", conta.
A partir daí, começou a receber elogios de treinadores e de alguns colegas da época, mas percebia que o seu baixo desenvolvimento podiam prejudicar o desempenho dentro de campo. Então, decidiu que ia trabalhar ao máximo para chegar a ser o melhor jogador do mundo um dia. "Tornei-me mais forte e rápido. E, então, quando ia para o campo, os que diziam que eu era pequeno demais olhavam para mim, surpresos, como se o mundo tivesse caído em cima deles. Não diziam nada", relata.
Falou também que seu sonho de adolescência era jogar pelo Manchester United, pois sempre acompanhava as partidas do clube pela Premier League e o estilo de jogo e a força da torcida o impressionavam. Cristiano afirmou que, logo quando chegou ao clube, ganhar troféus, como a Champions League e a Bola de Ouro, foi muito emocionante. Mas ele queria mais. E foi aí que surgiu o Real Madrid nos planos do craque português.
"Eu sempre admirei o Real Madrid e queria um novo desafio. Queria ganhar troféus com o Real, quebrar todos os recordes e me tornar uma lenda do clube. Durante os últimos oito anos, conquistei coisas incríveis aqui. Mas, para ser sincero, a sensação de ganhar títulos é diferente a medida que minha carreira avança. Especialmente nos últimos dois anos. No Real Madrid, se você não ganha tudo, tem gente que te considera um fracasso. Essas são as expectativas que geram a grandeza. Esse é o meu trabalho."
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Por fim, ele conta que um dos momentos mais importantes e memoráveis de sua vida, junto com a lembrança de sua mãe e suas irmãs na arquibancada em um de seus jogos, foi estava com Cristiano Jr. após a conquista da Duodécima. "Quando voltamos ao Bernabéu para comemorar, Cristiano Jr. e o filho de Marcelo estavam jogando no gramado diante de todos os madridistas. Essa cena não tem nada a ver com a que vivi na sua idade, jogando nas ruas, mas espero que meu filho se sinta como eu me sentia nesses momentos. Menino querido da família."
Você pode conferir o texto do depoimento na íntegra aqui.
Cristiano publica depoimento sobre sua infância: "Me sentia o menino querido da família"
Publicadas por Unknown
em
outubro 04, 2017
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